Com a falta dos medicamentos do kit intubação, alguns dos hospitais da cidade – que é referência em leitos para outras 95 localidades – afirmaram que teriam dificuldades para continuar atuando na prestação do serviço.
Conforme nota enviada pelo Ministério da Saúde nesta quarta (24), a distribuição dos remédios do kit foi iniciada na terça (23). A previsão é de que todos os estados estivessem abastecidos em até 72 horas.
“O estado de Minas ainda não recebeu a remessa de medicamentos do Ministério, mas diante do cenário aqui de Montes Claros, a secretaria de estado [de Saúde] está recolhendo alguns medicamentos de outros hospitais para encaminhar hoje ainda para os hospitais de Montes Claros”, falou a secretária de Saúde.
Devido à grande demanda em todo o país, o ministério determinou a requisição administrativa dos componentes do kit intubação, passando a ser o responsável por distribuí-los.
Por conta do estoque zerado, a solução encontrada, de acordo com a secretária, foi fazer a substituição de um desses remédios, os neurobloqueadores, por outro. O superintendente da Santa Casa já havia afirmando nesta quarta (24) que essa tinha sido a alternativa adotada no maior hospital da região.
Apesar da solução, a secretária de saúde fala que os remédios usados na substituição também estão acabando.
“Esse medicamento também está com o estoque comprometido, por isso que temos que receber no nosso município, ainda hoje, os medicamentos necessários para mantermos os pacientes intubados.”
Dulce Pimenta também falou que a taxa de ocupação de leitos clínicos e de UTI/Covid ainda está em níveis preocupantes, 98% e 100%, respectivamente.
“É uma situação de alerta. Como já tínhamos falado, estamos com um número grande de pessoas contaminadas por Covid. Sabemos que desse volume de pessoas algumas evoluem para o estado grave e necessitam dos hospitais, precisam de um tratamento hospitalar. O quadro que nós temos ainda é de saturação dos leitos Covid em Montes Claros.”
Com 325 novos casos de Covid-19, Montes Claros contabiliza 24.658 pessoas infectadas nesta quarta-feira (23). As informações são do boletim epidemiológico, que ainda aponta que mais seis óbitos foram registrados, totalizando 470 mortes por coronavírus.
“Está cada vez mais fica mais complexo fazer a gestão nessa pandemia. Um desafio que tínhamos era a expansão do número de leitos, depois veio o desafio da manutenção do oxigênio para os pacientes, que têm consumo muito grande comparado a um paciente de UTI normal. Outro desafio que enfrentamos foi da equipe médica e de enfermeiros, que tem que ser uma equipe especializada e já ultrapassou seus limites físicos e emocionais. E agora, esse desafio que é a falta de medicamentos em todo o Brasil.”
Fonte: G1